Todos os direitos reservados à autora, Ana Mônica Jaremenko © 2010. Poemas poderão ser reproduzidos, desde que com autorização da autora, sendo citada a fonte.
"Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras".
Efésios 02:10-a
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"O jejum que desejo não é este: soltar as correntes da injustiça, desatar as cordas do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e romper todo jugo?" Não é partilhar sua comida com o faminto, abrigar o pobre desamparado, vestir o nu que você encontrou, e não recusar ajuda ao próximo?"Isaías 58:06-07
DESJEJUM
"Esse jejum
que me engasga,
quando se entrega,
é como as águas
de uma represa que se rasga."
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, 02 nov. 2004.
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"Cria de minha cria
Te lambo, te beijo, te amo
Filho d'minha filha"
Haicai de mãe
para filha e neto,
de ©Ana Mônica Jaremenko.
Goiânia, 05 nov. 2004.
Goiânia, 05 nov. 2004.
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A CAIXA
"Nessa caixa de sapatos
Guardo segredos, contratos.
Essa caixa de sapatos
É um álbum de retratos.
Quando abro essa caixa,
Ouço quá-quás de patos."
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, 05 nov. 2004.
Goiânia, 05 nov. 2004.
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A CHEGADA DA PRIMAVERA
teimam em invernar.
Cerejeiras anunciam:
Primavera vai chegar.
Em galhos secos e nus
a natureza faz brotar
nuvens de flores
que, em sete dias,
a despetalar em copos,
vão brindar felicidade,
fartura, amores.
O revoar de beija-flores,
O cheiro de infância no Sol-Nascente,
Quimonos de seda em mil cores
e moças nipo-brasileiras
em meio às cerejeiras
a passear."
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, 16 set. 1999.
Goiânia, 16 set. 1999.
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CARTA DE INTENÇÕES
"E aquele que examina os corações
sabe qual é a intenção do Epírito".
Romanos 08:27a
"Mas o conselho do Senhor
permanece para sempre, e os intentos
do seu coração de geração em geração".
Salmos 33:11
"Já é manifesto que vós sois a carta de Cristo,
manifestada por nós, e escrita, não com tinta,
mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra,
mas nas tábuas de carne do coração".
II Coríntios 03:03
"Estou de férias
e (re)descobri
que tenho mais uma chance
de (re)começar do zero.
Farei um voto com Deus:
Não olharei para trás.
Abrirei o coração
e ama-lO-ei!
Não entristecerei Seu Espírito.
Todos os dias,
em todos os lugares
Encontra-lO-ei.
Hoje mesmo eu terei
meu encontro.
Amarei melhor,
me permitirei amar
e ser amada.
Viverei com mais paixão.
Sonharei com coragem
e convicção
(sonharei em cores).
Tentarei alcançar as estrelas.
Começarei um outro
ser em mim.
Acumularei experiências,
amigos verdadeiros;
plantá-los-ei dentro do coração.
Expressarei ternura, felicidade,
gratidão.
Encontrarei a esperança,
mesmo nas menores coisas.
Descobrirei o incrível
em algo bem pequeno.
Serei um pouco pluma
e deixarei para trás
o que não preciso mais
carregar:
ressentimentos, mágoas,
anos perdidos, decepções,
amarguras, desilusões,
o celular.
Farei uma descoberta
fundamental: encontrarei
meu próprio caminho.
Orbitarei em outras
esferas/esperas.
Vou me sentir melhor.
Acharei a melhor solução.
Entregarei a alguém o
tesouro mais precioso
que existe em mim.
Enterrarei as palavras áspera,
os gestos bruscos,
os preconceitos, enfim...
Aprenderei o que a vida
quiser me ensinar.
Farei uma trouxinha de
alegria para viajar.
Farei minha vida respirar.
Não falarei mais nada,
apenas ouvirei
o que o meu/seu
coração tem a dizer.
Alguma coisa melhor
acontecerá: a paz,
o silêncio, uma história,
uma mudança de tempo.
Destruirei dois impostores:
o triunfo e a desgraça.
Não serei nem boa demais
nem muito sábia.
Jogarei fora a pretensão
e buscarei o equilíbrio
da emoção.
Serei um fragmento de espelho
refletindo a luz
nos corações azuis,
em lugares escuros do mundo.
Encontrarei um lugar
para pensar
tranquilamente.
Procurarei uma chance
de escrever/esquecer, de
ser diferente...
Buscarei uma metáfora
que (não) faça sentido.
Tomarei um banho
de água fria.
Sentirei o sol quente
e o coração, também.
Serei livre, sem limites
voltarei para
a casa da minha arte,
o mundo que ninguém
pode me tirar.
Através dos meus dias,
recomeçarei.
Escreverei
coisas de amor em papéis trêmulos como pássaros assustados
e os colocarei em uma caixa de sapatos.
Só acontecerá
o que eu permitir.
Conhecerei o amor
antes de viver
de verdade,
não desistirei.
Aproveitarei as (oportun)idades.
Farei o que for preciso,
apesar do medo.
Apre(e)nderei fazendo
da vida uma experiência
extraordinária.
Farei o que o coração pedir
corajosa e poeticamente.
Investirei em minha
relação comigo mesmo.
(Com)partilharei segredos,
criarei raízes e asas
e continuarei a jornada.
Meu ano novo
chegou mais cedo!"
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, 01 nov. 2004.
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INDECISÃO
"Triste e obscura escolha
entre maracujás e borboletas,
triste e obscura escolha...
As folhas verdes, largas e brilhantes
do maracujazeiro,
agora tão rendadas
e manchadas
pelo rastro das lagartas.
E eu com um dilema:
maracujás ou borboletas?"
©Ana Mônica Jaremenko
Publicado em Banco de Talentos.
Febraban: São Paulo, 2005. 246 p. il. p. 192.
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CAMPO ALHEIO
"Pois do Senhor é a terrae tudo o que nela existe"I Coríntios 10:26
"De mim depende somente a semeadura.
Se eu não semear,
o Senhor da terra outro enviará.
É Ele quem rega e faz crescer.
A colheita... essa não me pertence.
Começo a semear ciente."
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, 09 nov. 2010.
Goiânia, 09 nov. 2010.
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FEIRA HIPPIE
"A feira é hippie,
a banca é rota,
o céu, de lona."
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, num dia qualquer de 2000.
Goiânia, num dia qualquer de 2000.
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Arroz com Pequi |
PEQUI
"Cheiro de pequi,
sabor de emoção: alguém
me come com os olhos."
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, num dia qualquer de 2000.
Goiânia, num dia qualquer de 2000.
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FIGO
"Tem cor de esperança: o
cheiro de minhas lembranças
tem sabor de figo."
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, num dia qualquer de 2000.
Goiânia, num dia qualquer de 2000.
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REDE
"A rede balança
memória, sonho, encanto
na rede descansa."
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, 10 set. 1999.
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BORBOLETAS NA JANELA
"Brinca o sol no vidro:
borboletas na janela
fazem grande festa."
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, num dia qualquer de 2000.
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SILVA, Alzira Pereira da (1937-2007) |
HAIKAIS PARA MINHA MÃE¹
"No Sol do Oriente
fui buscar a inspiração
pra dar-te um presente.
Procurei uma rima
para a palavra 'Mamãe',
mas não achei nenhuma.
Encontrei a poesia,
bela, muito mais formosa,
no nome de Alzira.
Recebe meu amor.
Eis neste presente, Mãe,
meu coração em flor."
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, 08 out. 1999.
¹ SILVA, Alzira Pereira da. Nascida em Niterói, RJ, em 24 out. 1937. Porém, teve sua data de nascimento registrada como 14 nov. 1937. Faleceu em Goiânia, GO, em 22 jan. 2007.
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FLASH
"Num instante um flash
a alma prende
e a flor não morre mais."
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, num dia qualquer de 2000.
Goiânia, num dia qualquer de 2000.
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MARCA
"Agora percebi:
minha impressão digital
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, 24 nov. 2003.
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"Dizem que é
do lado esquerdo do peito.
Digo que é quando estás
ao meu lado: no leito."
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, 03 nov. 2004.
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UNDOEMÁTICA
"No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele estava com Deus no princípio."
João 01:01
"Os lugares escuros do mundo:
o abismo mais profundo,
a sala de cinema,
um livro de matemática
onde se lê um teorema,
uma convenção diplomática,
o quarto de um moribundo,
este poema,
uma peça melodramática."
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, 01 nov. 2001.
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O GRITO
O GRITO (SKRIK), 1893 MUNCH, Edvard (1863-1944) |
"Enquanto me calei resignado e me contive inutilmente, minha angústia aumentou. Meu coração ardia-me no peito e, enquanto eu meditava, o fogo aumentava; então, comecei a dizer: Mostra-me, Senhor, o fim da minha vida e o número dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou."
Salmos 39:02-04
"Uma mordaça
não cala
a minha mente
não para
a minha mão."
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, 02 nov. 2004.
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A MONTANHA
"Por isso não temeremos, ainda que a terra tremae os montes afundem no coração do mar."Salmos 46:02
A montanha
não é obstáculo,
inspira-me a subir,
leva-me para perto do céu.
Abre-se diante de mim
um novo horizonte.
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, 26 jan. 2011.
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RESPOSTA A RILKE¹
RILKE, Rainer Maria¹ (1875-1926) |
"No princípio era aquele que é a Palavra.Ele estava com Deus, e era Deus.Ele estava com Deus no princípio."João 01:01
Porque somos feitura Sua..."Efésios 02:10
"Tu me perguntas:
- Morrerias, se te fosse
vedado escrever?
Tuas palavras me intrigam,
pois nada me faria morrer.
Eu, que tenho centrado
minha vida em Deus!
Tu ainda me questionas:
- És forçada a escrever?
Rilke, esse Deus,
em cujas mãos
minha vida tenho posto,
é o Alfa e o Ômega,
o princípio de tudo:
é o Verbo!
Esse Verbo carne se fez
por amor a mim,
por amor a ti.
E quando olho no espelho
o reflexo de meu (Seu) ser,
(re)lembro que Sua feitura sou,
imagem e criação de Deus:
Poema de Deus eu sou!
Sim, digo a ti, Rilke:
Sim, morreria eu
se, acaso algum dia,
ficasse sem escrever.
Sim, morreria eu
se, acaso algum dia
ficasse sem Deus.
Eu, que fui feita Poesia.
Eu, que verso sou de Deus."
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, 21 set. 1999.
¹ RILKE, Rainer Maria (1875-1926). Poeta tcheco.
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HAGAR
"Ela se pôs a caminho e ficou
vagando pelo deserto de Berseba."
Gênesis 21:14b
Abraão manda Hagar e Ismael ao deserto (xilogravura). CAROLSFELD, Julius Schnorr von (1794-1872). |
Sol - vida, morte.
(Ar)dor na cabeça.
Pesam
o odre, a cria,
as sandálias, areia,
arco, amor,
olhar, rejeição,
silêncio, solidão,
da pele a cor.
Miragem,
oasis, ou ilusão?
Uma sombra
em meio à sequidão.
Refúgio,
(des)amparo.
"O que a aflige, Hagar?"
Um estrondo, trovão,
uma voz, alento.
Fonte que rega a sombra
desperta adiante.
Surge o guerreiro.
Paz.
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, 21 jun. 2011
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CRUZ
"Jesus dizia a todos:
Se alguém quiser acompanhar-me,
negue-se a si mesmo,
tome diariamente a sua cruz
e siga-me."
Lucas 09:23
Todo dia
Tem que ser a minha
Sozinha
©Ana Mônica Jaremenko
Goiânia, 18 ago. 2011
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