O rastro da lagarta.

 

"Em resposta, Jesus declarou:

- Digo-lhe a verdade:

Ninguém pode ver o Reino de Deus,

se não nascer de novo."

João 03:03

 

Os motivos porque mantemos este blog estão expressos em Valores, Visão e Missão da Família Abençoada Jaremenko, que você pode ler no rodapé desta página e que resumem-se em REINO DE DEUS.

Tenho postado pouco ou quase nada no último ano, não só por problemas de logística, mas e principlmente, desde novembro de 2012, porque resolvi fazer um balanço de minha vida e testemunho cristãos (veja FECHADO PARA BALANÇO) e, consequentemente, parei para um up grade em meu interior. Era urgente. Estava machucada, magoada, doente. Entrei em crise e caí em depressão. Literalmente fechei para reforma (veja FECHADO PARA REFORMA).

É... cristão entra em crise sim! Entra em crise, cai em depressão, fica triste e nem por isso deixa de ser cristão! Apesar de que, para alguns, esse é um risco temerário. Mas, graças a Deus que, em Jesus Cristo, nos escolheu e cuida de nós!

 

Nesse período de quase seis meses, afastei-me de tudo e de todos. Não postei em blogs, Facebook, Twitter ou outra rede social qualquer. Foi o meu jejum. Cortei relacionamentos - no momento, era um mal necessário. Mergulhei em mim mesma, tive pena de mim, fui para o colo de Deus, chorei, reclamei com Ele do que eu sentia como injusto por parte dos "irmãos". Até que o Senhor levou-me a refletir sobre mudança, metamorfose. E foi nesse mesmo contexto que recebi o último boletim A Seara com o artigo Borboletas, assinado pelo Rev. E. Em uma situação qualquer, poderia dizer que era coincidência. Mas, por sermos cristãos é que tenho certeza que o Espírito Santo realmente estava falando comigo sobre minha natureza e sobre a necessidade de transformação.

 

Metamorfose da Borboleta Monarca

Usamos muito a metáfora da metamorfose da borboleta para falarmos de mudança, de transformação. E, geralmente, nos maravilhamos somente com a mudança exterior da lagarta em borboleta. Realmente, é algo extraordinário perceber que um ser tão "nojentinho" como uma lagarta, um "bichinho rastejante", tranforma-se em uma espetacular criatura leve e colorida e que alça vôo em poética dança nos ares em louvor ao Senhor que a criou.

 

Comparo a fase de ovo com a fase de nossa vida desde o nosso nascimento natural até antes de conhecermos Cristo, nosso Senhor e Salvador.

O rastro da lagarta

A fase de lagarta é a fase do primeiro amor. Temos uma aparência colorida, de vida feliz, mas ainda rastejante. E que vai passar por transformação radical. No meu caso, tenho olhado para dentro de mim e para trás de mim. E o que tenho visto não me agradou em nada, pelo contrário, fiquei decepcionada comigo mesma pois percebi que tenho deixado um rastro de mal testemunho que tem ido de encontro aos Valores, Visão e Missão que assumi. É o rastro da lagarta: pegajoso, nojento e que deixa destruição em seu caminho.

Borboleta e casulo

Foi quando o Senhor, em Sua infinita misericórdia, permitiu-me entrar em meu casulo. Nessa fase, afastada de tudo e de todos, até dos de sua espécie, no escuro e no aperto de seu casulo, a lagarta passa pela transformação mais radical de sua existência. Nos maravilhamos com sua nova aparência exterior e não damos muita atenção para a transformação mais importante que acontece com aquele "serzinho rastejante, gosmento e nojento do passado". Seu interior todo muda, todos os seus órgãos: digestivo, respiratório, seus tecidos, tudo! E essa transformação dói, dói muito! É a morte da lagarta. Mas, quando vemos o resultado - a borboleta mais linda, colorida e alegre do mundo, reconhecemos que vale a pena!

 

Não me iludo com a idéia de um dia escrever um post relatando minha experiência como borboleta. Não, borboletas não existem. Não nesse plano natural da existência humana. Só alcançamos a fase de borboleta quando morremos, quando o Senhor nos busca ou quando Ele voltar. E Ele voltará!

 

Ser borboleta é a nossa esperança de não mais deixar rastro de destruição e decepção. Ser borboleta é deixar a herança de um bom testemunho, uma boa, alegre e colorida lembrança de uma vida leve e de louvor e adoração a Deus.

 

Quanto a mim? Bem, ainda estou no casulo, deixando a velha criatura morrer, deixando tranformar-me, alimentando-me da Palavra de Deus. Tenho nutrido uma grande expectativa: de um dia, no Reino de Deus, olhar para trás e não mais ver o rastro da lagarta.

Graça e Paz!
 

Por Ana Mônica Jaremenko

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